segunda-feira, 25 de julho de 2011

a cor da terra


Às vezes encontramos o nosso âmago no meio das palavras que se cantam como se fossem profundos regos coloridos de terra. Imaginamos esse campo duro, agreste e sem fecundidade! E no meio de tanta incerteza, vemos a nossa cara, como se estivéssemos na frente de um espelho.
Será que os homens, na simplicidade das suas palavras, algum dia imaginaram que estavam a semear uma imensa poesia para nascer da terra. Como se fosse aquela seara esculpida por espigas maduras, a adivinhar o futuro!
Que terra é esta tão extensa, para onde olhamos sem alcançar a raiz do desejo. Uma terra onde nunca encontramos o fim! Onde parece pairar a eternidade que jamais alcançaremos.
Nestas pradarias voluptuosas, o canto triste dos pássaros começa a esvair-se e o Sol inclemente reclama a limpidez da água. Por aqui, nestes campos tão singelos e misteriosamente sensuais, entregamo-nos à expectativa e à esperança.
Já cortámos o fruto, vamos despir o chão e, depois, seguiremos para um ritual de concepção sem palavras. Essas, aos olhos do poeta, estão gastas! Escondidas nas pequenas brechas da nossa imaginação ou no segredo inútil de todas as estrelas que desaparecem quando a aurora nos beija os olhos.

espreitar... e ler!


dediquem lá um bocadinho do vosso precioso tempo a esta "30 DIAS" que já vai no nº 24 e apresenta nesta edição temas muito interessantes sobre o Baixo Alentejo.