sexta-feira, 29 de abril de 2011

oportunismo efémero



Escrevi isto há um mês:

Em 2005, uma ministra da Educação chamada Maria de Lurdes Rodrigues encetou uma corajosa reforma no sector: a data de início do ano lectivo e a colocação de professores deixaram de ser anedóticas; surgiram aulas de Inglês em todas as escolas a partir do 1º ano; foram criadas condições para a extensão de horário com diferentes actividades até às cinco e meia da tarde; há aulas de substituição, refeições adequadas e obrigatoriedade no ensino até aos 18 anos (12º ano); a oferta formativa fortaleceu-se bastante na área profissional.
Entre estas e outras mudanças, a ministra também decidiu premiar os melhores professores pelo seu mérito. Para isso, estabeleceu um quadro de avaliação onde os mais competentes e empenhados passavam a ganhar mais e ser distinguidos.
Como Portugal é um país de direitos conquitados e inabaláveis, é sempre um drama fazer um confronto corajoso com movimentos corporativos, que se ancoram em sindicatos detentores de uma agenda que mais parece partidária do que dos trabalhadores. Mas, com alguns retoques, a reforma da ministra Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu vingar e fazer o seu caminho.
Infelizmente, na passada semana, num completo clima de eleitoralismo e demagogia, PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda  aprovaram a revogação desse projecto no Parlamento e deitaram por terra o trabalho feito nos últimos anos. Daqui para a frente, a avaliação dos professores continuará a ser o que sempre foi: todos serão muito bons ou excelentes!
Num país destes, onde os corporativismos são temperados com oportunismo eleitoral e político, em detrimento da responsabilidade e do sentido público, nada mais há a fazer. Sigamos alegremente pelo túnel escuro sem saída possível!


Felizmente, primeiro o Presidente da República e, há bocadinho, o Tribunal Constitucional, escreveram direito por linhas tortas. Os professores serão avaliados, como muitas outras classes profissionais! Os derrotados? Quem insiste na irresponsabilidade pelo puro oportunismo político!

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