quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

inconformismo



O movimento lançado pela Associação de Defesa do Património de Beja, para contestar o fim dos comboios Intercidades directos entre Beja e Lisboa, é uma luta muito justa, oportuna e surpreendente.
Justa porque, como tem sido amplamente afirmado, é inaceitável que uma capital de distrito deixe de ter ligações directas à capital do país. Agindo assim, a CP está a secundarizar Beja, a piorar um serviço que nos habituámos a ter há décadas e, por esta via, a desconsiderar os baixo-alentejanos.
Infelizmente, ao longo de muitos anos, e provavelmente em muitos momentos que se seguirão, a sociedade civil da nossa região nunca conseguiu emergir de uma mera contemplação ao mal que lhe foram fazendo. Beja tem perdido tudo e, mesmo com esforços de reorganização administrativa, é uma cidade secundária e submissa. Ainda não há regionalização, mas na política e no exercício da administração do Estado, Évora já é quem mais ordena!
Sem qualquer provincianismo bacoco, a verdade é que as expressões de protesto contra este episódio do Intercidades revelam uma atitude adequada, concreta e capaz de mostrar que esta região está farta de continuar em silêncio perante as maldades que lhe fazem.
Um diplomata brasileiro afirmou que “quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”. E neste caso dos comboios, parece estar criado um ponto de partida para que os baixo-alentejanos deixem de “comer e calar”!  É horrível continuarmos a ser este povo tão conformado e apático. Por isso, saudamos quem impulsionou este movimento de contestação e temos esperança que os partidos não cedam à tentação de anular este ponto de partida. Neste como noutros problemas, Beja precisa da energia dos cidadãos para reassumir o seu estatuto de capital.

1 comentários:

Manuel António Domingos disse...

Parafraseando aqui o polítólogo Pedro Magalhães, isto só vai mudar quando tivermos políticos e eleitores mais exigentes...

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