sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"claro que ando aborrecido"



Não há nada mais detestável que a burrice e a falta de memória. Por estes dias, os jornais têm feito do treinador do Benfica um verdadeiro mártir: sim… são os mesmos jornais que fizeram dele um herói nacional!
Claro que Jorge Jesus fez tudo para se pôr a jeito, com aquela arrogância imprópria (para o ser é preciso saber, como Mourinho!); as declarações deslocadas e fora de tempo (“vamos ser campeões europeus!”); a sobranceria perfeitamente dispensável (“eu conheço os jogadores todos da América do Sul”); as opções absurdas (como no jogo com o FC Porto); a incapacidade de gerir casos muito particulares do balneário, como Nuno Gomes e, especialmente, David Luíz (parece que quer ir ganhar muito dinheiro! É legítimo mas, se for verdade, escusava de ser cínico!)
Tudo somado não é pouco, mas Jesus continua (ainda) a ser um bom treinador à frente de uma boa equipa. Este é o mesmo Jesus que ganhou o último campeonato numa corrida imparável, com jogos fantásticos, goleadas, estádios cheios para ver a bola e muito divertimento. Ainda se lembram? Foi há muito pouco tempo.
Portanto, recuso-me a acreditar que, em apenas seis meses, com um Roberto a mais e um Di Maria a menos, o Benfica tenha perdido a identidade, o talento e a capacidade para encantar. Acho a ideia deslocada, a não ser que esteja a ver muito mal a coisa! (e até admito que sim, que o Benfica às vezes tolda-me o raciocínio)
Mas o que eu vejo são capas de jornais mais sérias (aquele título de “A Bola”, quinta-feira, é delicioso: “Não podem ou não querem?”) e muitas notícias tão oportunistas e insensatas que não têm ponta por onde se pegue. Mas uma coisa é certa: “ando aborrecido, claro que ando aborrecido!”

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