segunda-feira, 1 de novembro de 2010

um limbo inacreditável


No final da década de Oitenta, alguns sonhadores fizeram nascer a Rádio Castrense. Durante os anos de Noventa, uma equipa jovem, irrequieta, desejosa de descobrir e saber fazer, ergueu o emissor a um ponto que mereceu admiração, graças a um trabalho incansável e apaixonado. Era o tempo em que o estilo dos discos pedidos e dos programas populares se ligava bem com a seriedade das notícias, a coragem do debate público e um abraço permanente à tradição e à nossa terra.
Atrás dos tempos vêm tempos! Alguns seguiram novos desafios e outros quiseram renovados rumos. Muitos dos que ergueram a Rádio Castrense a um lugar de referência, abalaram repentina e gradualmente, escapando da sua própria alma. E hoje há ali um vazio incompreensível e doloroso!
Castro Verde e o Campo Branco têm falta de uma Rádio Castrense que renasça. Criativa e mais sólida. Com uma definição concreta do seu rumo e do seu papel. Sem medos e sem preconceitos. Refundada num projecto que seja criativo, competente e corajoso nos conteúdos, mas seja na mesma proporção muito rigoroso e eficaz no plano da administração. E muito dinâmico na área comercial, com força para criar e reinventar!
Isto é claro para quem observa de fora o percurso da Rádio Castrense. Não é possível querer fazer crer que a rádio não pode ser mais do que é hoje e que, se o for, corre o risco de se desmoronar. Nada mais errado! E as provas estão à vista de todos: foi a partir desta ideia redutora e deslocada que se resvalou para um limbo inacreditável, que tem vindo a ceifar a rádio vagarosamente. Deixando-a sem alma e desabitada, vivendo de instantes e de uma saudade que nos embala para uma dor profunda e amarga.

6 comentários:

Anónimo disse...

boa tarde concordo com parte do pondo de vista sobre a radio castrense.hoje tamem ha quem tem vontade, e queira vencer, não tem é o apoio que essa equipa teve,e longe de ter as mesmas ferramentas para se mexer.os tempos saõ outros, os desafios tambem são bem maiores.quando se fala em discos pedidos é bom lembrar que a radio castrense tem um dos maires auditorios, e o car atingio o maior numero de participações da historia da radio,ao que parece quem o faz tamem tem vontade, e quer vencer, e esta pronto para ajudar a castrense a voltar a ser a radio que ja foi.
o que acontece é uma luta desigual de david contra gulias. radio com conteudos e qualidade faz-se com gente dentro.
mas tamem é bom lembrar que tudo mudou no panorama radiofonico nada é como dantes.
recomendo que veja o nivel de audiencia da radio, e vai ver que afinal a radio no que diz respeito a ouvintes está muito bem.

Anónimo disse...

A Rádio Castrense sofre do mal que muitas empresas ou colectividades sofrem. No inicio muita vontade, empenho, depois os jovens de hoje têm outros interesses, o tempo das rádios locais, aliciantes e cheias de vivacidade e jovialidade já lá vai. Acrescente-se o apoio do comércio local e de outras entidades. Hoje a realidade é outra. A publicidade, oiçam-na na Castrense e logo têm a leitura da dificuldade financeira ou da má gestão de quem dirige uma colectividade, e não mostra esforço para manter a Rádio Castrense como ela merece. Subscrevo parte do que escreve, sou ouvinte desde sempre e entristece-me ver a "situação" em que se encontra, louvo o esforço dos poucos funcionários, dois,creio, admita-se que é pouco, mas que fazem um bom trabalho, dadas as limitações que têm. O Comércio, e o Poder Local podiam dar uma mão, sabe-se que há Câmaras que podem ter programas, pergunto, porque razão a de Castro Verde não têm um Programa, certamente, que seria um balão de oxigénio, para uma Rádio que leva o nome de Castro Verde bem longe. Pede-se mais respeito dos seus dirigentes da Rádio ou Cortiçol e dos fazedores de opinião e outros mais... assino Manuel Revez

Anónimo disse...

É um texto sentido de quem conhece aquela casa. Infelizmente a Rádio Castrense é uma sombra do que foi e isso dá pena a muitas pessoas. Os concelhos do Sul (Castro Vere, Almodôvar, Ourique, Mértola) precisam de uma rádio mais forte e mais bem feita. Como já foi!

Anónimo disse...

Concordo com a visão do António José Brito sobre a Rádio Castrense, subscrevo que é possível, mesmo o País e o Mundo atravessando uma crise sem precedentes, é possível levantar a Rádio Castrense, assim haja força de vontade, de quem manda na Rádio e claro na Cortiçol. Elogio a análise do Manuel Revez, e dou-lhe os parabéns, acertou em cheio, é de louvar. Quanto á análise curta de um anónimo que diz que a Rádio Castrense é uma sombra, considero que se devia ter explicado melhor. Uma Rádio com várias vozes é uma coisa e com poucas é outra. Considero que quem lá trabalha tem muito mérito, pois ainda consegue manter a Rádio activa. O Radialista é só um , só ele deve saber como consegue fazer tanto. Para finalizar deixem a Rádio Castrense voltar a sorrir, deixem que quem tem vontade ajudar a Rádio a crescer e apoiem, não deixem a Rádio Morrer...
Ass. José Sousa

Anónimo disse...

Interessante abordagem. Parabéns pelo texto, e pelo tocar na ferida, que muitos parecem não querer ver que está muito infectada.
é a voz deste concelho e de outros do Campo Branco. Foi e penso que ainda goza de reconhecimento junto de instituições e personalidades do Alentejo, mas também de gente simples que há anos ouve a Rádio Castrense.
Se as coisas estão mal então que os responsáveis dêem a cara e encontrem rapidamente uma saída. Para os muitos que passaram por essa casa, e você que escreveu o excelente texto e chama atenção para o que se passa, para que o limbo não vingue mais, dê se for caso disso um MURRO na mesa, também é cooperante e já foi director. Que os dirigentes sejam mais responsabilizados, que se abram as consciências de muita gente cá e aí do burgo.
Cesaltina Rosado.

Anónimo disse...

Parabens soube da existência deste seu blogue por um amigo. Gostei do estilo, e agrada-me esta sua opinião expressa sobre a Rádio Castrense, embora os outros artigos também sejam interessantes. Mas costumo ouvir a Rádio, pela Internet e quando vou de férias, moro aqui na margem sul do Tejo,oiço-a quando vou à terra, Graça de Padrões. Fiquei triste por saber que as coisas vão mal, quem está fora, apercebe-se deste ou daquele problema, técnico ou não, mas parece-me que o problema ou diagnóstico feito, é bem pior. Haja coragem e vontade para que a Cãmara não deixe cair uma Rádio como a Castrense. E, claro os cooperantes reflictam profundamente e com bom senso. Essa é uma Rádio que nos faz muitas vezes sentir em casa. Como por exemplo o Património, e ouvir as noticias da região. Não deixem acabar uma Voz de Castro e do Campo Branco. Que a Rádio Castrense não seja o exemplo do que se passa neste País.
Antonio Jorge - SEIXAL

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