quarta-feira, 13 de outubro de 2010

as pessoas



Há pessoas que não gostam da feira. Dizem mal dos ciganos, da balbúrdia, do esterco à porta de casa, das ruas desarrumadas. Nem lhe falem de encantos e de mistérios. De histórias antigas mal contadas. Eu não sou assim: gosto muito da Feira de Castro! Acho que aquela pintura social é extraordinária. As pessoas orgulhosamente rurais a passearem-se com um traje domingueiro. Os homens do campo a marcarem encontros com o trigo que vão semear. Os moços apressados para não perderem a vez. Ciganos livres, demasiado livres! Diferença. Exotismo. Alentejanices. Mais de metade da feira é a sua elegância social, transmitida por milhares de pessoas que chegam do Algarve e do Barreiro. De Odemira. De Setúbal. De Beja. Livres e sem guardarem o mundo todo dentro de umbigos para onde só eles conseguem olhar.

2 comentários:

Vitor Encarnação disse...

A feira de castro é o coração por onde o sangue alentejano passa uma vez por ano para se regenar e manter viva a identidade.

Vítor Encarnação

pulanito disse...

A nossa feira é uma paleta de cores, credos e sonhos. É uma miragem plantada num coração transtagano, que se renova a cada ano que passa.

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