Este país não é para mim! A expressão podia ser o nome de um filme, o título de um livro ou uma anedota contada a dois amigos que eu cá sei. Desenganem-se. O país continua a ser para mim e para quem ainda acredita nalguma coisa, mesmo que ao fundo do túnel escuro não se vislumbre um breve sinal de luminosidade. (mas tenho de fazer um parêntesis. eu acredito que é só um parêntesis). Sou um optimista compulsivo e às vezes absurdo, mas chego a desconfiar que esta coisa de chegar aos 40 deve ter um efeito perverso. Ou talvez seja o tempo que vivemos e a amargura de sentir desabar as coisas em que acreditamos. Não, não é desalento, nem sequer uma atracção pelo abismo ou pelo fundo escuro do tal túnel. É desilusão! A gente acredita, espera, insiste em crer e… de um modo quase irracional e patético a coisa aponta para um lado sempre mau e tão permanente. Como acreditar que o país ainda é para mim? Como fugir a este egoísmo que começa a ficar impregnado na alma de cada um? E de todos.
2 comentários:
Agente acredita, acredita, acredita e convence muita gente a acreditar e ...........instala-se a desilusão, em muitas coisas, em muitas pessoas e nalguns projectos que até certa altura eram os únicos que faziam sentido.Instala-se a desilusão individual e colectiva, mas no que a mim me diz respeito há uma coisa que continua, acreditar que as coisas vão mudar...........e vai fazer crer a mais gente que valeu a pena desiludir-se para voltar a acreditar.
MLSC
E depois do optimismo, o que nos resta? O seu inverso? Esse gera o medo, que é a raiz de tudo o que é negativo e feio, incluindo o egoísmo e a prepotência. À falta de melhor, mantenhamo-nos ignorantes, dirão alguns, e inconscientes, dirão outros, mas tranquilos em consciência, porque é preferível ser adjectivado assim, de quando em vez, do que viver "borrado" de medo, sempre.
Abraço. Marcos
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