domingo, 17 de outubro de 2010

Beja: um ano


Passou um ano e pouco ou nada se nota!  Justificarão alguns que um ano é pouco tempo e que a Câmara de Beja estava enredada em problemas graves: dívidas acumuladas de vários milhões de euros, escassez de projectos, ausência completa de estratégia territorial e económica, promiscuidades políticas gritantes. Não é pouca coisa, convenhamos. Mas num ano inteiro pedia-se um pouco mais à maioria socialista liderada por Jorge Pulido Valente.
Não é difícil concordar que o quadro económico herdado da gestão comunista limitou o desempenho e acabou por consumir muitas energias ao novo executivo. Isso parece mais do que provado e pode-se aceitar que o caminho ficou mais estreito.
Contudo, continuamos todos com a sensação que foram adiadas algumas medidas simples, com investimento moderado. Por exemplo, Pulido Valente disse na véspera das eleições que Beja “sempre teve um grande problema que é não ter definido uma vocação”. Não sentimos que hoje essa vocação esteja, pelo menos, esboçada e assumida. Disse ainda que era necessário “uma política concreta, com incentivos aos casais mais jovens” para residirem nas aldeias. Foi peremptório a afirmar que era necessário rever a circulação de trânsito na cidade “e o estacionamento”. Falou em 107 espaços comerciais devolutos e 230 edifícios desocupados no centro histórico, indiciando que era preciso agir para resolver esse problema.
Hoje temos a sensação que ficou por percorrer muito caminho. Como é óbvio, o mandato acaba em 2013 e o presidente da Câmara diz ter um projecto para oito anos. Mas a cidade está ansiosa e carente de sinais claros de mudança. E quando falamos da cidade, não estamos a referir-nos aos que gravitaram na órbita da candidatura à espera dos proveitos que a seguir viriam. Estamos a falar dos outros: os cidadãos de Beja que há muito aspiram a ter uma capital melhor!

[Correio Alentejo 15 Outubro]

1 comentários:

Vítor disse...

O site da CMB continua muito cinzento e dá muita pouca informação ao povo.

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