sexta-feira, 22 de outubro de 2010

leonel cameirinha


As palavras sucedem-se e em cada uma delas há uma honestidade transparente que revela o homem e a sua memória. Não é de divindade que estamos a falar! É de um carácter inteiro, que no deve e haver das virtudes e defeitos, abriu sem medo caminhos de coragem. Para construir uma história que não está ao alcance de todos!
Fê-lo como se seguisse um destino esculpido na dura madeira dos primeiros tempos. Com uma rara visão que sempre percebeu cada momento. Cada sentido e cada possibilidade. Conjugando sempre os verbos do esforço e do desafio.
Este homem, que tem no sorriso um gesto franco e nos olhos a modéstia de quem sabe partilhar, ergueu tempos em cima de tempos: percebendo os indícios; construindo novas razões; partilhando os desafios; confiando noutros saberes; imaginando outros amanhãs!
Nos seus pequenos e grandes gestos, vigoram sinais de honra e frontalidade. Seguindo sempre pelos caminhos mais justos, com o têmpera que faz parte do carácter das pessoa inteiras.
Por isto e por tudo o que não se releva, soube Torga eternizar o que mais se poderia dizer!

 Hinos aos deuses, não!
Os homens é que merecem…
Que se lhes cante a virtude”.
E este homem que hoje celebramos, raro e tão simples, percorre connosco 84 anos de uma vida intensa e livre. Como vértice imenso de uma família que sempre envolveu em ternura. Viajante sem medo de empreender e de abrir novos caminhos. Coração pronto para a amizade e para a doçura suave das palavras.

[Gala da Rádio Castrense - 18 de Junho de 2010]

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