quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

aeroporto é um queijo



O aparente desconhecimento de algumas matérias relacionadas com o Aeroporto de Beja levou o Tribunal de Contas a cometer alguns erros grosseiros no seu relatório. E isso, posto na mesa dos mais influentes jornais do país, acentuou o descrédito sobre a infra-estrutura, como muito bem assinalou o presidente da EDAB. Importa, contudo, não deixar cair em “saco-roto” alguns reparos que são muito pertinentes. Entre todos, destacamos o grosseiro desfasamento entre as construções do aeroporto e do futuro IP8. É realmente extraordinário que não tenha havido capacidade para concertar as duas obras e concluí-las quase em simultâneo. Mas este é um modo de actuar muito português, que jamais será resolvido!
Tirando esse aspecto, se é possível, por estes dias, remar contra a maré negativa a que o Tribunal de Contas deu tanta força, voltamos a assinalar aqui que o aeroporto de Beja nunca será um intenso ponto de chegadas e partidas. Este aeroporto é pequeno, terá tráfego reduzido e não viverá apenas disso! Peguemos nesta imagem: o aeroporto é um “queijo” partido em várias fatias e, cada uma delas, será ocupada por uma área de negócio: voos low-cost, voos charter, mercadorias, oficinas de manutenção aeronáutica, escola de pilotagem, estacionamento de aviões.
É a soma destas actividades que permitirá a viabilidade da infra-estrutura e assegurará uma dinâmica nova à cidade de Beja e à região. Com elas chegarão quadros qualificados, pessoas, novos serviços e outra dinâmica social.
Contrariando aquilo que já aqui dissemos, com a ANA talvez seja complicado atingir estes objectivos. E, por isso, se não tem autoridade para impor uma agenda à empresa aeroportuária nacional, exige-se que o Governo crie condições para que seja a EDAB a tratar do assunto, depois de competentemente reestruturada.

[Correio Alentejo . 04.12.2010]

0 comentários:

Enviar um comentário